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Mostrando postagens de 2018

Metade - ADRIANA CALCANHOTO

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No texto anterior, falei sobre os conflitos entre razão e emoção nos relacionamentos amorosos. Gostaria de dar continuidade ao tema, trazendo agora uma canção que fala sobre o luto após o término de um relacionamento, a música " Metade ", de Adriana Calcanhoto . A letra demonstra bem o estado emocional em que costumamos ficar quando passamos por um rompimento: “Eu perco o chão Eu não acho as palavras Eu ando tão triste Eu ando pela sala Eu perco a hora Eu chego no fim Eu deixo a porta aberta Eu não moro mais em mim” Entretanto, gostaria de me aprofundar e chamar a atenção para a última frase “ Eu não moro mais em mim... ”. A sentença, assim como o nome da música, Metade, indicam qual a causa principal do sofrimento: o sentimento de incompletude sem a presença do outro. Usei anteriormente a música “Vento no Litoral” da Legião Urbana como exemplo de superação adequada e saudável (ver  musica-e-seu-valor-diagnostico   em Música e Psique). Agora ...

Ai, ai, Como Eu me Iludo - O TERNO

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Falando sobre emoções humanas na música, é inevitável deparar-se com o amor. E sobre o amor romântico temos um repertório praticamente infinito de canções, de amores platônicos ao desejo selvagem, de pares perfeitos a corações partidos. A canção em questão foi escolhida porque lida com a paixão arrebatadora com humor e demonstra bem o conflito que existe entre a razão e as emoções. Se você não se identificou com a letra da música "Ai, ai, como eu me iludo" , do grupo paulista O Terno , certamente conhece alguém com o perfil. Aquele tipo que está sempre vivendo um novo romance, ou passando por uma "fossa" daquelas. Muitas vezes essas pessoas são bastante equilibradas e ponderadas nos outros âmbitos de sua vida, mas quando falamos sobre sua vida amorosa, é sempre uma montanha-russa. Repetidamente a pessoa alterna entre novos romances que a levam aos céus, seguido fatalmente de frustrações e decepções. E por que isso acontece, não importa quão i...

Triste, louca ou má - FRANCISCO, EL HOMBRE

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Ou o papel da mulher contemporânea Seguindo com a proposta temática deste blog, agora parto para uma abordagem mais prática e menos teórica, trazendo a primeira música a ser analisada, a lindíssima canção Triste, louca ou má , sexta faixa do álbum SoltasBruxa da banda Francisco, El Hombre , que trata de um tema fundamental para a sociedade atual e para cada mulher como indivíduo: o papel do feminino hoje. Por séculos mulheres foram tratadas como peça acessória nos processos de construção social, como fêmea geradora da vida, nutridora, cuidadora e subserviente num mundo masculino e patriarcal. Aquelas únicas capazes de garantir e guiar a perpetuação da espécie humana sempre estiveram sob rígida vigilância e contenção. Ter projetos de vida próprios, independência e autonomia era algo inimaginável para qualquer mulher até há alguns anos atrás. Chegar à maturidade sem ter se casado era motivo de vergonha para si e a família, "ficar para titia — solteirona...