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CHOREI DESCANCANDO BATATAS OU UMA VISÃO POÉTICA DA TRAGETÓRIA DO FEMININO NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE

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Introdução Primeiramente gostaria de denotar que embora sendo eu, quanto posso, comunicóloga, psicanalista, roteirista, escritora de ficção e pretensa poetisa, o texto a seguir não pertence a nenhum campo específico nem se relaciona diretamente com a psicanálise de nenhuma forma, exceto por ter sido inpirado devido ao fato de estar correntemente me submentendo à análise, recentemente retomada.  O simples ato de submeter-se a qualquer forma de psicoterapia desencadeia espontaneamente certos processos psíquicos voltados ao nosso próprio desenvolvimento psicólogico e à cura de nossas feridas emocionais. Para mim particularmente, escever textos ou poesias sempre foi terapêutico. Daí que meus textos, sejam eles de cunho teórico, acadêmico, ficcional ou poético, sempre me ajudam a traduzir e elaborar meus conteúdos, antes de ocupar-me com a forma ou a retórica. As palavras sempre me foram melhores amigas íntimas que colegas de trabalho. E a este texto em questão, calhou sair-me ligeirame...

Metade - ADRIANA CALCANHOTO

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No texto anterior, falei sobre os conflitos entre razão e emoção nos relacionamentos amorosos. Gostaria de dar continuidade ao tema, trazendo agora uma canção que fala sobre o luto após o término de um relacionamento, a música " Metade ", de Adriana Calcanhoto . A letra demonstra bem o estado emocional em que costumamos ficar quando passamos por um rompimento: “Eu perco o chão Eu não acho as palavras Eu ando tão triste Eu ando pela sala Eu perco a hora Eu chego no fim Eu deixo a porta aberta Eu não moro mais em mim” Entretanto, gostaria de me aprofundar e chamar a atenção para a última frase “ Eu não moro mais em mim... ”. A sentença, assim como o nome da música, Metade, indicam qual a causa principal do sofrimento: o sentimento de incompletude sem a presença do outro. Usei anteriormente a música “Vento no Litoral” da Legião Urbana como exemplo de superação adequada e saudável (ver  musica-e-seu-valor-diagnostico   em Música e Psique). Agora ...

Ai, ai, Como Eu me Iludo - O TERNO

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Falando sobre emoções humanas na música, é inevitável deparar-se com o amor. E sobre o amor romântico temos um repertório praticamente infinito de canções, de amores platônicos ao desejo selvagem, de pares perfeitos a corações partidos. A canção em questão foi escolhida porque lida com a paixão arrebatadora com humor e demonstra bem o conflito que existe entre a razão e as emoções. Se você não se identificou com a letra da música "Ai, ai, como eu me iludo" , do grupo paulista O Terno , certamente conhece alguém com o perfil. Aquele tipo que está sempre vivendo um novo romance, ou passando por uma "fossa" daquelas. Muitas vezes essas pessoas são bastante equilibradas e ponderadas nos outros âmbitos de sua vida, mas quando falamos sobre sua vida amorosa, é sempre uma montanha-russa. Repetidamente a pessoa alterna entre novos romances que a levam aos céus, seguido fatalmente de frustrações e decepções. E por que isso acontece, não importa quão i...

Triste, louca ou má - FRANCISCO, EL HOMBRE

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Ou o papel da mulher contemporânea Seguindo com a proposta temática deste blog, agora parto para uma abordagem mais prática e menos teórica, trazendo a primeira música a ser analisada, a lindíssima canção Triste, louca ou má , sexta faixa do álbum SoltasBruxa da banda Francisco, El Hombre , que trata de um tema fundamental para a sociedade atual e para cada mulher como indivíduo: o papel do feminino hoje. Por séculos mulheres foram tratadas como peça acessória nos processos de construção social, como fêmea geradora da vida, nutridora, cuidadora e subserviente num mundo masculino e patriarcal. Aquelas únicas capazes de garantir e guiar a perpetuação da espécie humana sempre estiveram sob rígida vigilância e contenção. Ter projetos de vida próprios, independência e autonomia era algo inimaginável para qualquer mulher até há alguns anos atrás. Chegar à maturidade sem ter se casado era motivo de vergonha para si e a família, "ficar para titia — solteirona...

Cheguei no fundo do poço, e agora?

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E se o fundo do poço puder ser um bom lugar?      Momentos difíceis acontecem a todas as pessoas. As crises se abatem sobre nós, a saúde se abala, projetos em que investimos tanto tempo e energia fracassam, a renda não supre as necessidades, ou perdemos um emprego que lutamos muito pra conquistar, um amor com quem contávamos passar o resto da vida, nossas pessoas queridas nos desapontam ou sofrem. Ou, por vezes, nossa vida está em ordem, nem sequer temos uma explicação racional, mas nos sentimos frustrados, desiludidos e cansados, e não podemos fazer nada para mudar a situação.         Será que não mesmo? A sabedoria popular diz que ao chegarmos ao fundo do poço, não há outra direção a seguir que não para cima. E é verdade. Entretanto falar parece ser muito mais fácil do que fazer quando problemas sérios e aparentemente sem solução recaem sobre nós. Viver o momento de luto nessas horas, permitir-se sofrer a perda não só é importante, mas necessári...

Seja produtivo! Mostre atitude! Vença na vida!

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Acorde cedo! Seja produtivo! Pense rápido! Mostre atitude! Vença na vida!      Esse é o discurso atual, onde as pessoas devem agir e reagir com rapidez. E o resultado são milhões que acordam de suas camas e saem de suas casas sem um por quê verdadeiramente claro. Somos arrastados pela vida em trabalhos que não nos satisfazem, mas pagam nossas contas, em relações que não nos satisfazem, mas têm a aprovação da sociedade e vivemos pelo que o mundo nos dá, sem nunca fazer perguntas.      Vivemos vidas impostas pelas circunstâncias e aceitamos sem questionar aquilo que nos é colocado, algumas vezes sutilmente como algo que devemos acreditar ser positivo, outras vezes algo ruim que nos é simplesmente empurrado goela abaixo.  E aquele que não for capaz de responder prontamente às demandas da vida deve sentir-se fracassado, incapaz e inferior.      Entretanto, se você apenas age a reage, não sobra tempo para reflexão. Sem reflexão, nad...

Não seja como o Jorge!! Vá ser feliz!!!

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     Enquanto crianças, nos esforçamos para fazer o que nossos pais e outros adultos nos dizem para fazer. Conforme vamos crescendo, são nossos amigos, nossos amores, nossos mestres, nossos chefes, a mídia, a sociedade. Todos parecem ter a resposta certa sobre quem devemos ser e como nos comportar.      Com sorte, depois de muito tempo, começamos a perceber nossas próprias opiniões sobre o que nos agrada e desagrada. Mas normalmente apenas nos sentimos vagamente infelizes, vagamente desconfortáveis em nossa própria pele. E nos sentimos ingratos e culpados por não estarmos satisfeitos, depois de fazer tudo como nos disseram e de aceitar tudo que nos foi ofertado pelo mundo (mesmo que nunca tenham nos perguntado se desejávamos quaisquer dessas coisas - nem nós mesmos perguntamos).      Nos envergonhamos por não saber o que poderia fazer diferença, tememos todos riscos que acompanham um desejo de mudança e decidimos aceitar como verdade...

ANSIEDADE - o mal da nossa era

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     Aparentemente, a despeito de todos os avanços da civilização, nunca nos sentimos tão ansiosos quanto agora. T odo o conforto, segurança e tecnologia que a sociedade moderna nos oferece concedeu ao ser humano um nível de individualidade nunca antes alcançado, o que acarretou em dois efeitos colaterais principais. O primeiro é que perdemos o senso de coletividade e de pertencimento e nos colocamos em um lugar onde o mundo todo é o outro, o inimigo, o desconhecido. Devemos temê-los.  O segundo é que adquirimos uma liberdade sobre quem somos maior que nunca e, consequentemente, uma maior responsabilidade sobre nossos próprios destinos. Tomamos nossas decisões sozinhos e o sucesso ou o fracasso parece estar agora inteiramente sobre nosso encargo. Os paradigmas atuais dizem que não devemos obediência a absolutamente ninguém, além das leis do estado e mesmo a essas, somente quando estamos sendo observados.  O mundo é incerto, as regras não são claras, as ...

A Amídala ou os guardas tapados da mente:

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Como a amídala nos afeta? Quando somos surpreendidos, é a amídala quem primeiro responde, a área mais primitiva de  nosso cérebro (e a mais instintiva, mais "animal" por assim dizer) , responsável pelos instintos de lutar ou fugir. É ela quem coordena nossas reações e respostas imediatas ao que nos acontece, especialmente diante de algo inesperado ou fora do comum.  Como trata-se da área de cérebro responsável pelos instintos de sobrevivência, desenvolvida para responder a perigos físicos para evitar a morte do corpo, quando posto diante das ameaças sutis e complexas da vida humana na sociedade contemporânea, a amídala ainda responde primeiro, porém de maneira inadequada ao problema a que se defronta. Ela desencadeia no corpo e em todo o indivíduo uma resposta a um perigo de vida, quando na realidade estamos lidando apenas com uma fechada no trânsito, ou um chefe mal-humorado. Se nosso cérebro fosse um castelo, a amídala seria os dois sentinelas meio tapados que guardam a...

Como a psicanálise pode ajuda-lo a viver melhor

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A Psicanálise tem como princípio a compreensão de que nossos comportamentos e sentimentos são regidos por desejos inconscientes. Para analisar os conteúdos inconscientes, devemos acessar os instintos, anseios e impulsos que nos energizam e impulsionam a agir no mundo. Roda da Vida Empresto essa ferramenta da psicologia (Roda da Vida - imagem acima) para demonstrar de forma prática os aspectos essenciais de uma vida plena. Todos nascemos com potencial para preencher plenamente este círculo, entretanto certos fatores biológicos, a criação e o ambiente externo podem afetar o natural desenvolvimento pessoal e criar barreiras ou impedimentos para sua total potencialidade. Assim certos aspectos do indivíduo podem ficar completamente dormentes e ocultos, ou se manifestar de maneira problemática. Imaginando que essa é a Roda sobre a qual nos movemos na estrada da Vida, se estiver irregular fará nosso caminho seguir a chacoalhões, solavancos e empaques. Uma área pode se...

Distinções entre psicanálise, psicologia e psiquiatria

O Psiquiatra é um profissional da medicina que, após ter concluído sua formação, opta pela especialização em Psiquiatria, que abrange estudos em neurologia, psicofarmacologia e treinamento específico para diferentes modalidades de atendimento, tendo por objetivo tratar doenças mentais, sendo ele quem faz o diagnóstico e prescreve a medicação ao paciente se necessário. Psicólogo (psicoterapeuta) é o terapeuta graduado na faculdade de Psicologia e pode seguir diversas linhas de atendimento, sendo a mais comum a cognitivo-comportamental, cujo tratamento consiste principalmente em modificar padrões de comportamento e paradigmas visando a cura, lidando mais diretamente com o consciente do paciente. Psicanalista é o terapeuta formado em Psicanálise. A base de estudo é feita através das teorias de Sigmund Freud, Jacques Lacan, entre outros. Na psicanálise o foco está em recuperar traumas e memórias reprimidas que atuam no inconsciente sendo a causa de angústias do paciente, com o fim de com...